O
médico Lucas é o
narrador do livro Atos dos Apóstolos. Baseou sua narrativa em testemunhos e
fatos apresentados pelos apóstolos de Jesus. Ao iniciar sua narrativa, em (At
1.1-3), o evangelista menciona uma relação muito íntima de Jesus com seus
discípulos e aponta momentos de elevada comunhão entre eles. Seus escritos são
dirigidos a Teófilo e, logo, no primeiro versículo, afirma que os fatos
narrados são um tratado. Ou seja, um estudo minucioso de tudo que Jesus começou
não só fazer, mas a ensinar (At 1.1). Note que a ênfase dada por
Lucas naquilo que deseja mostrar a pessoa a quem dirige sua pesquisa está tanto
no ensinar quanto no fazer de Jesus.
O que ele
pretende focar nesse livro é que o interesse a ser despertado em seus leitores
deve ser o aprender como o fazer de Jesus se realizava. E nesse caso, por isso
precisou mostrar a expansão rápida do evangelho e o crescimento de seus
seguidores que se espalhou da Judéia até Roma.
O fazer
de Jesus é uma ação que continua na vida de seus discípulos e que ainda pode
ser aprendido nos dias atuais. Não se trata de uma situação do passado, mas
acontece no presente e se estende para o futuro. Ele diz: não só fazer, mas a
ensinar. Note que a ordem entre os verbos fazer e ensinar nos permite a leitura
de ensinar enquanto se faz.
Jesus
ensinava suas ações à medida que as tornava práticas. Por isso que Lucas, em
princípio, narra os fatos, em seu primeiro tratado, as ocorrências de seu
ministério terreno. No primeiro momento, ele apresenta a Teófilo, entre algumas
outras coisas, vários sinais, milagres e maravilhas feitos por Jesus. Enquanto
que, no segundo momento, no livro dos Atos dos Apóstolos, ele fala dos atos de
Jesus ressuscitado, através do Espírito Santo. Isso deveria chamar a atenção de
Teófilo para que ele entendesse que Espírito Santo levaria os discípulos de
Jesus a continuarem seu poderoso ministério.
No
versículo segundo, é nos dito que Jesus deu aos apóstolos que escolhera
mandamentos pelo Espírito Santo. Mas o que Jesus ensinou a seus discípulos
fazerem? Que instruções foram essas? Como deveriam realizá-las? Note que Ele
não ensinou nada mais além do que já havia dito no seu convívio com seus
discípulos antes da ressurreição. Quando estava com eles certa vez,
notificou-lhes que enviaria o Espírito Santo para lembrar tudo o que lhes havia
dito. Com isso entendemos que se havia necessidade da lembrança de seus ensinos
era porque seria a vez dos discípulos serem levados pelo Espírito Santo a
realizar a obra de Deus à medida que eram também ensinados. Veja que, em um
momento da vida ministerial de Cristo, antes de sua morte e ressurreição, aos
discípulos foi revelada a salvação de Deus. Porém, após sua ressurreição, eles deveriam
lembrar-se de todas as coisas já lhes ensinadas e a principal delas era que
Jesus é o fundador da fé cristã e que a estratégia das ações a ser continuada é
dada por Ele. O desejo de Jesus é que a fé cristã prolifere abundante e
rapidamente em uma ação que se estabeleça em todo o mundo, a prioridade da
pregação de seu evangelho para o conhecimento e salvação de toda criatura.
Portanto o Salvador está vivo e os guiará no caminho da salvação nas ações
necessárias a serem feitas até a consumação dos séculos. Sua presença permanecerá
para sempre com eles.
Pb Francisco Gomes
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