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terça-feira, 10 de setembro de 2013

PODER PARA TRANSFORMAR O MUNDO

Pb Francisco Gomes
Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo quanto Jesus começou a fazer e ensinar, até o dia em que foi levado para cima, depois de haver dado mandamento, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus. Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual {disse ele} de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel? Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade. Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos - At 1.1-9.
Lucas é o narrador dos Atos dos Apóstolos. Ele também era médico. Baseou sua narrativa em testemunhos e fatos apresentados pelos apóstolos de Jesus. Note que, nesses primeiros versículos do livro de Atos, o evangelista menciona uma relação muito íntima de Jesus com seus discípulos e aponta momentos de elevada comunhão entre eles. Ele escreve esse livro para Teófilo e, logo no primeiro versículo, afirma que os fatos narrados são um tratado. Ou seja, um estudo minucioso de tudo que Jesus começou não só fazer, mas a ensinar At 1.1. Note que a ênfase dada por Lucas naquilo que deseja mostrar a pessoa a quem dirige sua pesquisa está no ensinar e não no fazer. Percebeu? O que ele pretende focar nesse livro é que o interesse a ser despertado nos seus leitores deve ser o aprender como o fazer de Jesus se realizava. O fazer de Jesus é uma ação que continua na vida de seus discípulos e que ainda pode ser aprendido. Não se trata de uma situação do passado, mas acontece no presente e se estende para o futuro. Ele diz: não só fazer, mas a ensinar. Note que a ordem entre os verbos fazer e ensinar nos permite a leitura de ensinar enquanto se faz. Jesus ensinava suas ações à medida que as tornava práticas. Por isso que Lucas, em princípio, narra os fatos do ministério terreno de Jesus. Nele, antes de sua morte, ele apresenta a Teófilo, entre algumas outras coisas, vários sinais, milagres e maravilhas feitos por Jesus. No segundo momento, no livro dos Atos dos Apóstolos, ele fala dos atos de Jesus ressuscitado, através do Espírito Santo. Isso deveria chamar a atenção de Teófilo: o Espírito Santo levaria os discípulos de Jesus a continuarem seu ministério. No versículo segundo, é nos dito que Jesus deu aos apóstolos que escolhera mandamentos, ou seja, Jesus deu instruções aos onze pelo Espírito Santo. Mas o que Jesus ensinou a seus discípulos fazerem? Que instruções foram essas? Como deveriam realizá-las? Note que ele não ensinou nada mais além do que já havia dito no seu convívio com seus discípulos antes da ressurreição. Quando estava com eles certa vez, notificou-lhes que enviaria o Espírito Santo para lembrar tudo o que lhes havia dito. Ou seja, seria a vez dos discípulos serem levados pelo Espírito Santo a realizar a obra de Deus à medida que eram também ensinados. Veja que em um momento, na vida ministerial de Cristo, antes de sua morte e ressurreição, aos discípulos foi revelada a salvação de Deus. Porém, após sua ressurreição, deveriam lembrar-se de todas as coisas e a principal delas era que Jesus é o fundador da fé cristã e que a estratégia das ações a ser continuada é dada por ele. O Salvador deles está vivo e permanecerá para sempre com eles. Isso não é uma ficção, mas um fato. Então ele ensinou que os discípulos esperassem a promessa do Pai que ouviram dele. Seria o batismo com o Espírito Santo. Era uma breve promessa, não demoraria. Veja que era necessário para que se cumprisse a promessa do Pai que Jesus estivesse vivo, pois ninguém cumpre promessa se está morto. Desceria sobre eles o Espírito Santo. Eles ainda tentaram mudar o foco da questão, pois não entendiam muito bem o que Jesus os ensinava. Estavam preocupados com o estabelecimento de um reino terreno. Inquiriram sobre a restauração de Israel, falavam da ação definitiva da retirada do jugo dos judeus das mãos dos gentios.  Tomada do reino das mãos dos homens para que não reinassem mais sobre eles. Porém Jesus foi ainda mais contundente dizendo-os que o Espírito era mister para conduzi-los na tarefa de impactar o mundo. Deveriam iniciar em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra At 1.8.  Mas o que acontece em nossos dias com os mais variados segmentos da religião cristã? Será que estão levando em consideração a evangelização como foi anunciada por Jesus? O que constatamos nos últimos dias é que o sistema religioso cristão tem dado muita ênfase a concentração de pessoas nos templos e pouco tem feito para sair em busca dos perdidos. Na tentativa de tornar suas reuniões atrativas têm-se buscado estratégias, programas de sucesso, técnicas e métodos cada vez mais sofisticados para iludir as pessoas que participam de suas reuniões. Na verdade usam truques, através de sugestionamentos, criam-se clichês, usam-se músicas recheadas com multimídia e dramas, criam-se belos templos, só para atrair seus ouvintes. Porém seus líderes se esquecem de que a estratégia que Jesus ensinou a seus discípulos é muito simples, no entanto é a única maneira de impactar o mundo. E que estratégia é essa? Pregar o evangelho a toda criatura em todo o mundo Mc 16.15. A evangelização dos povos é uma tarefa que só acontece na vida dos que são guiados pelo Espírito Santo enquanto pregam o evangelho.  A comprovação de que Deus levou aquele pequeno grupo de irmãos a impactar o mundo é que a igreja primitiva, principalmente a que viveu os primeiros trinta anos da era cristã, conforme a narrativa de Lucas nos Atos dos Apóstolos, conseguiu fazer bem mais do que todo sistema religioso em nossos dias. Note que, na primeira missão pública de Pedro, quase três mil almas foram agregadas à igreja At 2.41. O Espírito Santo os impeliu a saírem a anunciar o evangelho e todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar At 2.47. Até o dia da volta de Cristo, a missão de comunicar Jesus aos perdidos não deve ser negligenciada pela igreja do Senhor. É necessário que dependamos total e integramente de seu Espírito. Essa obra é desenvolvida por ele. Não esqueçamos que os discípulos inquiriram Jesus quanto ao dia de sua vinda, porém Jesus os advertiu para não se preocuparem, mas que testemunhassem dele. Se olharmos somente para os céus nos acomodaremos, pois precisamos focar nossa visão no mundo que precisa da salvação de Deus por meio de Jesus Cristo. Há muito que ser feito, mas são poucos os trabalhadores. Portanto precisamos intensificar nosso trabalho no reino de Deus pregando o evangelho de Jesus. Ele é o único que salva.
Pb Francisco Gomes

Um comentário:

  1. Essa mensagem lembra a parábola dos talentos, mais precisamente ao que recebeu UM talento o qual foi e enterrou. A igreja está cheia de acomodados, mas creio que há de vir um VENTO muito forte mandado por Deus para tirá-los da zona de conforto. O mundo só será transformar quando isso acontecer, não irá demorar muito. Parabéns pela mensagem.

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