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sábado, 20 de dezembro de 2014

NATAL, PARA OS POBRES OU PARA OS RICOS?

“E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas. Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas”. (Lc 6.20-26)
Todos os anos, em várias partes do mundo, o comércio enfeita suas portas, as ruas das cidades ficam mais iluminadas e belas e os lares se enchem de cores para comemorar o Natal. Muitas pessoas, nessa época, saem em busca de presentes para fazer a chamada confraternização pela troca deles.
A indústria de brinquedos, por sua vez, aproveita o ensejo para produzir mais novidades e deixar seus consumidores mais satisfeitos pelas variedades de ofertas que lhes são apresentadas.
E é nesse clima de muita festa, que a figura do Papai-Noel também ganha destaque por se apresentar muito interessada em doar presentes.
Infelizmente, nós, cristãos, temos nos envolvido também nesse espírito natalino que aponta para uma visão de conforto em que associamos o Natal à troca de presentes. Isso indica um tipo equivocado de se confraternizar, que se resume entre apenas os que doam presentes na intenção de receber outros presentes.  Quem não pode comprar presentes para doar ou quem não pode receber presente, porque não pode recompensá-lo, não está inserido nesse tipo de espírito natalino.
Porém isso tudo destoa do verdadeiro Natal. Para entendermos a missão do real nascimento de Jesus Cristo, vamos iniciar olhando o capítulo seis de Lucas dos versos vinte a vinte e seis que falam do benefício de Deus aos pobres.    
Em primeiro lugar, quem são os pobres a quem Jesus se refere? Pobre, na expressão de Jesus, significa aquele que padece necessidade por falta de suas condições básicas de sobrevivência, e é destituído de qualquer reconhecimento e honra.
No entanto Jesus nasceu para evangelizar os rejeitados desse mundo, os desvalidos. (Lc 4.18) Natal nada mais é do que Filho de Deus trazendo seus benefícios físicos e espirituais do seu Reino aos pobres.
Na Bíblia, a condição dos pobres é mostrada e chama-nos atenção pelas qualidades indignas em que ela se apresenta. Eles viviam nos campos, levantavam muito cedo para caçar animais, colherem erva para alimentar a eles próprios e aos seus filhos, segavam nas vinhas dos ricos que eram deixadas para trás, andavam nus no relento e, no frio da noite, não se aqueciam, ficavam expostos à chuva e ao sereno.
Eles eram bastante explorados e humilhados. Seus filhos eram retirados do peito de suas mães por penhor de dívidas contraídas que não eram pagas, trabalhavam para os ricos e não tinham direito de se suster com o produto de seu trabalho. Durante o inverno por não terem lugar seguro para habitar se refugiavam nas grutas das montanhas e poucos que habitavam na cidade mendigando, eram mortos à noite pelos ímpios. (Jó 24.2-14)
Então podemos definir, pela bíblia, que todos aqueles que não conseguem ter seus direitos respeitados por causa de sua fragilidade e sofrem opressão dos prepotentes são considerados pobres.
No livro de Isaías, no capítulo primeiro, do décimo versículo ao vinte e oito, vamos encontrar Deus criticando os sacrifícios apresentados pelo povo de Israel a Ele. Dessa vez, a crítica não era pela qualidade do que era sacrificado, mas pelas iniquidades dos ofertantes.  Deus rejeitou as ofertas daquele povo pelo fato de seus príncipes serem rebeldes e companheiros dos ladrões, por eles amarem os subornos contra o pobre; não fazerem justiça ao órfão e desprezarem a causa das viúvas.
A opressão ao pobre era tão grande que outro profeta chamado Amós argumenta por que Deus não retirava o castigo da nação israelita. Os ricos, opressores dos pobres, vendiam o justo como escravo por um par de sapatos. Eles dormiam com as roupas empenhadas e cobravam dos pobres suas dívidas que se convertiam na perda de suas vinhas para eles.
Portanto é importante notar que não vale só que nosso dever religioso esteja bem perante o Senhor para que Ele se agrade de nós. Precisamos atentar para a maneira que Ele constitui e nos ensina a viver em seu Reino, onde o principal mandamento de Deus une-se e irrompe-se extraordinariamente em benefício do necessitado, para que amemos a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.
O grande desafio nosso é andar pelos caminhos ensinados por Jesus e, cada dia, nos aproximarmos do modelo de vida por Ele ressaltado. Precisamos mostrar ao mundo que somos novas criaturas geradas por Cristo e que, apesar do padrão mundano ser bastante atraente, estamos dispostos a seguir suas orientações que nos possibilitam um novo viver pela fé em o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O mundo precisa ver nosso testemunho cristão e glorificar a Deus pelo excelente modelo de vida traçado por Ele e vivido por nós, que nos guia à verdadeira vida. Não necessitamos de ter a preocupação de sermos parecidos com o mundo. Tudo isso somente para mostrar ao mundo que somos semelhantes a ele.
Portanto Deus clamava por justiça aos chefes da casa de Jacó e aos maiorais da casa de Israel que abominavam o juízo e pervertiam todo o direito. (Mq 3.9) Segundo o profeta Miqueias, os anciãos davam sentença por presentes, os sacerdotes ensinavam por interesse próprios e os profetas adivinhavam por dinheiro. Estava instalada, em Israel, uma abominável perversão contra o Senhor.
Porém a justiça de Deus é requerida em favor dos pobres e oprimidos, dos famintos e dos doentes. Um rei justo sempre se levantará em favor dos pobres, dos órfãos e das viúvas, porque são os desvalidos desse mundo que necessitam ter seus direitos respeitados.
Jesus afirmou a justiça do Reino de Deus quando entrou em uma sinagoga, na sua cidade Nazaré, num dia de sábado e foi lhe dada a oportunidade para ler. Ele abriu o livro do profeta Isaías no lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor”. (Lc 4.18,19)
Então, do início de seu ministério até chegar a Jerusalém onde foi sacrificado, Jesus tornou pública sua vocação de enviado de Deus para desenvolver a verdadeira justiça aos pobres e oprimidos. Ele vai ao encontro de todas as necessidades físicas e espirituais. Compadece-se das multidões que chegam a Ele em busca de solução para os mais diversos problemas e estende a mão aos pecadores e publicanos, prostitutas e gentios.  
Jesus viu que todos os marginalizados precisavam de sua ajuda e não lhes negou nenhum benefício. Ele alimenta a multidão faminta e estende sua mão aos cansados e abatidos pelo desprezo dos outros. Usou de misericórdia com os pecadores e ofereceu-lhes seu perdão. (Mt 4.16).
Nos dias atuais, poderíamos qualificar os pobres pelos índices de cálculos feitos pela ONU ou pela União Europeia, que apontam respectivamente rendas per capta de um dólar e vinte cinco centavos por dia e sessenta por cento da renda média da população do país. No Brasil, define-se por pobre quem ganha até R$ 140,00 por mês. Não importa o índice econômico que delineia a pobreza no mundo, basta só que estejamos interessados por Jesus, para Ele nos ajudar.

Então, ao sabermos que Deus se incomoda conosco, só precisamos agora crer que, por mais que algumas coisas, nesse mundo, possam nos faltar, Ele pode nos ajudar independentemente de quais sejam nossos problemas. Ele nos conhece individualmente, sabe as nossas fraquezas, por isso se interessa em nos socorrer. Ele verdadeiramente nos ama. 

Pb Francisco Gomes

Um comentário:

  1. Como seria bom se todos lessem e pusessem em prática o que o autor desse texto sugere.
    O mundo hoje está cada vez mais se afundando num caos social por faltar o amor nos corações dos homens, que foi ensinado por Jesus.
    Este artigo muito em breve estará nas páginas do próximo livro intitulado: NO CAMINHO COM JESUS. (Lançamento em 2015)
    Recomendo a leitura do texto. Parabéns a professor e escritor Francisco Gomes.

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