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domingo, 2 de outubro de 2016

A ESPERANÇA É IMORTAL

Depois que Jesus subiu aos céus, seus discípulos permaneceram em Jerusalém até serem revestidos de poder no dia de Pentecostes. A partir de então, a Boa Nova de salvação foi proclamada com poder e sinais miraculosos, começando por Jerusalém, Judeia, Samaria e, por fim, até aos confins da terra (At 1.1-14).
No início, a proclamação do evangelho limitava-se apenas à cidade de Jerusalém e aldeias muito próximas. Apesar de o hebraico ser o idioma-mãe do povo judeu, o Evangelho era difundido principalmente na língua Grega, idioma predominante naquele tempo. Por essa razão, o Novo Testamento foi escrito em Grego, e isso só veio acontecer vinte anos após o Pentecostes. A construção do Novo Testamento (NT) está fundamentada sobre três âncoras: Antigo Testamento, ensinamentos de Jesus e experiências vividas pelos Apóstolos.
É provável que a maioria dos livros do NT só tenha entrado em circulação depois do concílio de Jerusalém, segundo Jesse L. Hurlbut:
“Na época do concílio de Jerusalém, no ano 50 d.C., não havia sido escrito nenhum dos livros do Novo Testamento. A igreja, para conhecimento da vida e dos ensinos do Salvador, dispunha tão-somente das memórias dos primitivos discípulos. Entretanto, antes do final deste período, 68 a.D. grande parte dos livros do Novo Testamento já estava circulando, inclusive os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e as epístolas de Paulo, Tiago, 1 Pedro e talvez 2 Pedro, embora questões tenham sido levantadas quanto a autoria dessa última. Deve-se lembrar que é provável que a epístola aos Hebreus tenha sido escrita depois da morte de Paulo, não sendo, portanto, de sua autoria.” [História da Igreja Cristã – pág. 46].
O último livro, o Apocalipse, foi escrito por João Batista.
João encontrava-se exilado na Ilha de Patmos (Ap 1.9). Não se sabe com precisão quando ocorreu o exílio, mas, segundo Irineu (discípulo de Policarpo, que foi discipulado pelo apóstolo João), o Apocalipse foi escrito no final do primeiro século, mais precisamente no ano 96 d.C., término do reinado de Domiciano (81-96 d.C.).
No livro de Atos do Apóstolos, escrito pelo Dr. Lucas, encontra-se a história da igreja. No capítulo dois, lê-se que os irmãos eram perseverantes: “perseveravam na doutrina dos Apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Vemos nessa frase quatro pontos básicos em que a igreja se fortalecia e crescia: doutrina dos apóstolos, comunhão, partir do pão e nas orações.
Quero destacar o vocábulo perseverança: todo aquele que persevera tem esperança, é a perseverança que gera a esperança. Quem persevera, tem firmeza e sabe o que quer. Ainda que as coisas pareçam impossíveis a pessoa não desiste por qualquer motivo. Temos o exemplo de Jó que perdeu tudo o que possuía: saúde, família, bens etc., todavia não perdeu a esperança.
Quando lemos o livro de Jó percebemos o grau de relacionamento dele com Deus. Apesar das acusações feitas por seus “amigos” (Elifaz, Bildade e Zofar), Jó declara com muita convicção: “ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consume dentro de mim” (Jó 13.15; 19.25-27). Paulo foi outro que muito sofreu, disse: “posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). E em outra parte: “tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança” (Rm 15.4).
O perseverante além de ser criativo é também proativo. Ser proativo é se prevenir antes que as coisas aconteçam, como por exemplo a manutenção de uma máquina, isso evita algum prejuízo. No campo espiritual não é diferente, o Apóstolo Paulo recomenda: “tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).
Outra característica de quem persevera é ser flexível, maleável, isto é, aquele que facilmente se curva. A humildade engrandece. Existe pessoas que não se curva com facilidade. Quem possui a virtude da flexibilidade é compreensivo, sabe recuar ou avançar na hora certa. Essas virtudes engrandece qualquer pessoa, principalmente quem tem o temor de Deus. Diz o salmista: “afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança”. Já dizia Barão de Itararé: “Sábio é o homem que chega a ter consciência de sua ignorância. Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar”.
Às vezes deixamos de receber as bênçãos de Deus porque não perseveramos. Lembremo-nos de que só herdaremos o Reino de Deus se militarmos fielmente até o fim segundo as santas Escrituras: “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8). Não importa o tempo que você está esperando, Deus é infinitamente fiel e poderoso para fazer acontecer, tudo acontece no seu devido tempo (kairós), Ele nem atrasa e nem adianta, ninguém pode interferir no agir de Deus, Sua vontade é soberana, operando Ele, quem impedirá. Disse Jesus: “...seja feita a tua vontade”.

Se os heróis da fé não tivessem sido perseverantes, certamente não teriam escrito o Novo Testamento. Apesar de terem crucificado o Senhor Jesus,  eles não perderam a esperança de vê-Lo face-a-face. Jesus está vivo, glória a Deus. Se este não tivesse se levantado da sepultura, como estaria o mundo atual? Portanto esperemos mais um pouquinho em Cristo, Ele prometeu voltar. Amém.
Miss. Clésio Araujo

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