sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O QUE DIRÍAMOS DA IGREJA ATUAL?

Precisamos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo, um missionário sem interesse próprio. A igreja daquele tempo não ficava acomodada esperando que os pecadores fossem ao seu encontro. Já dizia Billy Graham: A Bíblia não manda que os pecadores procurem a Igreja; mas, que a Igreja saia em busca dos pecadores. No início, os irmãos saíam ao encontro dos perdidos em todos os lugares (At 5.45), sabe por quê? Porque estavam cheios do Espírito Santo. Foi o período em que a Igreja mais cresceu, haja vista às perseguições. O que diríamos da Igreja atual? ... e modernizou-se e enclausurou-se entre quatro paredes. Percebe-se, na atualidade, que o amor ao próximo cada vez mais está diminuindo, se é que existe! Esse é um dos sinais que antecede a vinda de Jesus.
No início da minha fé, propus em meu coração visitar todas as casas do bairro onde morei para entregar panfletos bíblicos. Fiz isso por duas vezes. Eu pensava que estava evangelizando. Lembro-me de que, um dia, cheguei a certo local, onde havia algumas pessoas debaixo de uma árvore, então pedi permissão para falar com elas. Ao entrar naquele ambiente, vi um cidadão sacrificando uma galinha preta, então, olhando bem, percebi que acabara de entrar em um terreiro de macumba, porém não me intimidei. Distribuí alguns panfletos, falei do amor de Jesus e saí em paz, graças a Deus. Depois aprendi que panfletar é diferente de evangelizar. Dediquei-me durante vinte e cinco anos como professor na Escola Bíblica Dominical, além de outras atividades internas da igreja. No final desses anos, vivenciei alguns momentos difíceis.
Em junho do ano 2006, apareceu na minha face um câncer de pele, todavia o Senhor curou-me, graças a Deus. Nesse mesmo mês, tive uma visão impressionante: o dia vinha raiando quando vi no céu duas dimensões interligadas por uma ponte estreita. Na dimensão do lado esquerdo havia árvores e muita gente. Algumas pessoas levantavam suas Bíblias com as mãos e seguiam em direção àquela ponte. A outra dimensão, a do lado direito, eu não podia olhar bem, pois o fulgor era muito forte. Vi também uma multidão caindo num abismo totalmente escuro. As pessoas que caminhavam sobre a ponte, jogavam cordas e gritavam: venham, este é o caminho. Algumas pessoas eram puxadas para cima; outras, em vez de subirem, seguravam as cordas e puxavam as de cima para baixo, todavia elas não caíam. Até hoje aquelas imagens ficaram impregnadas em meu subconsciente.
A partir dessa visão fui incomodado por Deus a sair de entre as quatro paredes dos templos, para ir em busca das pessoas que estão no mundo sem Deus e sem salvação. Procurei um material apropriado nas livrarias, que pudesse levar um curso bíblico aos lares, mas não o encontrei. Foi daí que comecei a escrever a Revista O Caminho da Salvação, com cinco lições bíblicas: Conhecendo a Bíblia; A origem e a queda do homem; A identidade de Jesus; Sinais que precedem a volta de Jesus e; O que devo fazer para ser salvo. Podemos dizer, ilustrativamente, que essas lições são “cordas” que estão sendo jogadas aos que vão descendo ao abismo.
Certo dia ouvi um “pastor” dizer: “evangelizar de casa em casa está ultrapassado, agora é pela internet”. Isso lembra a seguinte frase: “quando não queremos fazer algo, apresentamos uma desculpa; mas quando é do nosso interesse, damos um jeito”. Um outro disse: “vou sair por aí de porta em porta e pôr as mãos nas cabeças das pessoas e orar por elas”. Oh, que ideia brilhante! Ele só teve a ideia. Orar não é a mesma coisa que evangelizar. A internet, o rádio e a televisão são muito importantes quando bem utilizados, mas jamais substituem o contato pessoal. Se os meios de comunicação fossem a forma mais eficiente de se evangelizar, Jesus só teria deixado para vir nos tempos hodiernos.
Quem visita o doente é quem está com saúde, e não o contrário: os sãos não precisam de médico, mas, sim, os que estão doentes” (Mt 9.12). O paralítico é quem precisa de ajuda. Assim são as pessoas que vivem no pecado, elas necessitam do nosso apoio, pois estão paralisadas pelo pecado, e por isso não podem caminhar. Nosso Senhor, deixou-nos o maior exemplo: Ele ia de casa em casa para evangelizar e curar os enfermos. Sigamos suas pegadas.
A Igreja que não evangeliza deve ser chamada de outra coisa, menos de Igreja. Hoje existe igreja para todo gosto, algumas são piores que clubes exclusivistas. Humanamente falando, ser sócio de um clube ou agremiação torna-se bem mais salutar pelo esporte e lazer oferecidos, a participar de algumas reuniões egocêntricas meramente religiosas.
Infelizmente a politicagem dentro da Igreja está sufocando a principal missão ordenada por Cristo: “ide e fazei discípulos”. Muitos líderes religiosos não se preocupam com as multidões que vivem na sarjeta do pecado. A prioridade deles é o interesse próprio. Isso lembra a Europa, o berço da reforma protestante, que vem sofrendo desse mal há anos. Ela transformou-se num continente pós-cristão e apóstata. Hoje, o estado de morbidez não é um problema local, mas, mundial. A apostasia é um sinal da volta de Jesus (1Tm 4.1).
A igreja que conserva a doutrina dos Apóstolos, não fica morgada nas “arquibancadas” a ver milhões de humanos digladiando-se à semelhança dos torcedores de um clube de futebol. Não foi para isso que o Senhor Jesus constituiu a igreja; mas, para levar o “remédio” aos dilacerados pelo “gladiador”.
Portanto em que posição nos encontramos: sobre a ponte jogando as “cordas” da salvação aos que estão descendo ao abismo; ou do lado de baixo em direção ao inferno? “Se não fizermos nossa parte agora, e se quisermos fazer amanhã, talvez não dê mais tempo”. (Andressa Barragana). Abracemos a missão que o Senhor nos incumbiu. Maranata.
Miss. Clésio

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