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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

JULGAMENTO DE PÔNCIO PILATOS

Miss. Clésio
“Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso” (Mt 27.24).
Toda a cidade estava alvoroçada, a pressão do povo era grande, principalmente dos sacerdotes, para eliminar a vida de Jesus que só fez o bem. Nada provava as acusações dos algozes, por isso, “desde então Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César” (Jo 19.12). O gesto de Pilatos em lavar as mãos não o isenta da cumplicidade na tortura e na morte de Jesus. Ele fez isso para tentar eximir-se de um crime feroz, cruel e desumano, simplesmente com o objetivo de se tornar famoso. Até hoje, a maioria dos políticos (para não dizer todos) têm imitado ao longo da história, algum ato de selvageria e "doméstico". Não foi à toa em que certa ocasião Jesus chamou Pilatos de raposa, animal traiçoeiro, astucioso e oportunista, às vezes age como lobo, bicho feroz, selvagem, devorador e difícil de domesticá-lo; e, às vezes, age como cachorro, demonstrando ser amigo do homem.
A infidelidade tira a tranquilidade e a paz de qualquer pessoa. Pilatos traiu sua própria consciência, cometendo um crime bárbaro sobre um inocente. Alguns historiadores comentam que Pilatos suicidou-se. Infelizmente todos os que se levantaram contra Jesus, principalmente lideranças do povo, tiveram um final triste: ou foram assassinados, ou suicidaram-se ou foram comidos por tapurus ainda em vida.
Após lavar as mãos, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. Como esse tipo de morte era uma prática romana, era preciso justifica-la, então Pilatos lavrou a sentença de Jesus com base nas falsas acusações dos judeus. A seguir veja a cópia fiel do processo que Pilatos exarou e que se encontra no Museu da Espanha:
"No Ano Dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, Monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia QUINTO SERGIO, sob o regimento e governador da cidade de JERUSALÉM, PRESIDENTE GRATÍSSIMO, PONCIO PILATOS, regente na Baixa Galiléia, HERODES ANTIPAS: pontífice do Sumo Sacerdote, CAIFAS: magnos do templo, ALIS AI MAEL ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos a cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME, e SIXTO RUSTO, no mês de Março e dia XXV do ano presente, – EU, PONCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e aqui-residência, julgo condeno e sentencio à morte, JESUS, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem sedicioso, contra Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CESAR.
Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo á CESAR, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, com espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUM.
Mando também que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente a impedir a justiça por mim mandada, administrada e executada com todo rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano.
Testemunhas da nossa sentença:
Pelas doze tribos de Israel: RABAIM DANIEL, RABAIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARE PETUCULANI.
Pelos Fariseus: BULLIENIEL, SIMÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI.
Pelos Hebreus: MATUMBERTO.
Pelo Império Romano pelo Presidente de Roma: LUCIO SEXTLO e AMACIO CHILICIO".
Percebemos na sentença acima que Jesus foi comparado aos piores malfeitores. Ele foi julgado por duas categorias que ainda hoje se acham o dono da verdade: religiosos e políticos. Jamais encontraremos alguém capaz de julgar o Mestre dos mestres. É muito fácil enxergar defeito nos outros, difícil é olhar para dentro de si. Que Deus tenha misericórdia de nós.


Miss. Clésio Araújo

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