Miss. Clésio U. de Araújo |
“Já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios
e vigiai em oração. Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os
outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados” (1Pe 4.7,8).
O Apóstolo Pedro estava
em Roma quando escreveu sua primeira carta, com a ajuda do escriba Silvano
(5.12), entre os anos 60 a 63 d.C. (BEP). Essa carta foi endereçada aos
“estrangeiros dispersos” da Ásia Menor (1.1), que possivelmente alguns tenham
se convertido no dia de Pentecoste (At 2.9,10). Basicamente o seu conteúdo é a
vigilância, a perseverança, a submissão e o sofrer por amor a Cristo.
Olhando para o período em que essa carta foi
escrita, e tendo em vista quase dois mil anos que já se passaram até hoje,
parece até um paradoxo quando Pedro avisa aos irmãos da sua época que o fim de
todas as coisas está próximo. Se ele soubesse que iria demorar tanto tempo,
talvez usasse o vocábulo distante, longe ou remoto no lugar de “próximo”,
cujo significado é algo que está preste a acontecer, muito perto, vizinho. Os
escritores do N.T., sempre alertavam a Igreja da sua época, que Cristo logo
voltaria. Diga-se de passagem, esse foi um dos principais motivos que levou
nossos irmãos da igreja primitiva venderem suas propriedades e repartirem com
os mais necessitados (At 2.45). Como entender na Bíblia expressões tão
iminentes acerca do retorno do Senhor, tais como: próximo, breve, cedo etc.?
Aliás, o próprio Cristo antes de subir aos céus, falou que voltaria sem tardar
(Ap 22.12). Analisando o vocábulo “próximo” dentro do versículo citado, ele não
está diretamente ligado ao chronos,
isto é, ao tempo cronológico do homem; mas, sim, ao kairós, que é o tempo
ilimitado de Deus. Essa é uma prova, entre muitas outras, que a Bíblia é a
Palavra de Deus, pois a mesma não foi escrita dentro da ótica humana, mas, sim,
por inspiração divina revelada aos homens segundo a Sua vontade. Nada pode limitar a infinitude de
Deus. Para o SENHOR “um dia é
como mil anos e mil anos como um dia” (2Pe 3.8; ver também 1Rs 8.27; At
17.24-28).
A frase “Já está
próximo o fim de todas as coisas”, remete-nos a alguns questionamentos:
O fim nesse versículo significa algo que deixará de existir? Será que a morte indica o fim das coisas? Que coisas são essas? Analisando
bem, o fim de algo que existe não quer dizer que tal coisa deixou de existir, morreu, acabou-se etc; o
final de um processo é o início de outro (Jo 12.24), ou seja, é um processo de operações com vistas a um resultado definido, como é o
caso do homem que ao morrer o corpo volta ao pó como era antes, e o espírito volta para Deus que o deu. Na evolução científica dos séculos
XV e XVI, Lavoisier (1743-1794), descobriu que “na natureza nada
se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Eu creio que ele tinha o
conhecimento da Bíblia, a qual diz que o homem foi formado do pó da terra e em
pó se transformará. A pergunta acima não é fácil de responder. Por um lado é
possível o fim ser a inexistência de alguma coisa que já existiu, mas por outro, o fim de todas as
coisas não significa a inexistência daquilo que existia antes. O mundo sofrerá mudanças profundas, mas a essência material não será
extinta. Creio que Deus há de transformá-la em novos céus e nova terra, assim
como o oleiro transforma o vaso velho em vaso novo. Quando João diz que viu
novo céu e nova terra, e que o primeiro céu e a primeira aterra passaram (Ap
21.1), ele está se referindo a transformação completa de todas as coisas, e não
a extinção ou banimento do cosmo completamente.
Creio que o fim das coisas será do sistema
maligno na sua totalidade, o qual opera neste mundo. Também será o fim da oportunidade
que a humanidade está tendo, em que um dia irá usufruir das benesses do Reino de Deus
através de Cristo, pois a porta da graça está se findando sobre o mundo atual.
Os últimos dias que ainda restam é um período de testemunho profético,
conclamando todos a se arrependerem, crerem em Cristo e experimentarem o
derramamento do Espírito Santo. A contagem desses últimos dias iniciou no dia
de pentecoste (At 2.1-21), e só terminará por ocasião do retorno do Senhor.
Portanto, poderia citar
muitas passagens da Bíblia a cerca do fim de todas as coisas, como: o fim de um mundo mal; o fim da dispensação da graça de Deus para
salvação da humanidade...
Maranata.
Maranata.
Miss.
Clésio U. de Araújo
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