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quinta-feira, 26 de julho de 2012

O PECADO E A MORTE

Clésio Araújo

Será que o crente morre espiritualmente assim que peca?
A morte põe medo em todos nós. Mas com medo ou não, tudo que tem início tem fim. Nem todo fim é ruim. A Bíblia diz: “melhor é o fim das coisas do que o princípio delas” (Ec 7.8), e, “melhor [...] é o dia da morte do que o dia do nascimento de alguém” (Ec 7.1).
Desde o princípio dos tempos a morte é caracterizada como misticismo, magia, mistério, segredo etc. A morte é um fenômeno natural muito discutido tanto na ciência como na religião e opiniões diversas: Na Ciência – a morte é compreendida quando cessa a consciência, exatamente quando o cérebro deixa de funcionar; Na religião – é a ausência do fôlego de vida que Deus concedeu ao homem;·Em opiniões diversas – é o oposto da vida; é o fim de tudo; morreu acabou-se; "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" (Teoria de Lavoisier).
A morte abrange tanto a matéria como o espírito. Na vida a ausência de alguma coisa ou a presença de outra poderá ser o processo inicial que leva à morte. Exemplo: Se faltar água, inicia-se a extinção da vida; a presença de vírus ou bactérias nos órgãos do corpo, também. Assim é com o espírito: só teremos saúde espiritual se estivermos ligados na videira, Cristo; caso contrário, isto é, fora da Videira, só há morte (Ver - Rm 8.6).
Para se entender melhor, vejamos o seguinte paralelo: O processo que leva o nosso corpo falecer é muito parecido com a morte do espírito. Nossos órgãos são muito sensíveis, e quando a doença nos atinge, se não for curada, poderá extinguir a vida do corpo. Sabemos, também, que quando alguém é atacado por uma enfermidade, à pessoa não morre no ato que é afetada. Nesse momento se trava uma luta interna do bem contra o mal, ou seja, as defesas do corpo guerreiam contra a presença dos vírus e bactérias. Há casos que é preciso a presença do médico.
O mesmo acontece com o nosso espírito, pois o pecado é a única doença que afasta o homem da presença de Deus, e, além disso, gera uma série de complicações além da morte. A tentação é a ferramenta que o diabo utiliza para o mal se instalar, e se cairmos em tentação, a morte será gerada. É a partir da queda que o caso se agrava. Se havia uma luta durante a tentação, agora ficou mais intensa, pois, antes, o mal estava apenas em volta, agora, está por dentro corroendo o espírito até paralisá-lo completamente, isto é, deixando-o completamente sem interesse pelas coisas de Deus, além das doenças físicas, problemas na família..., que poderão surgir.
Ao cair em tentação, não significa que houve a morte instantânea do espírito, porque ali há a presença de um Médico por excelência, o Espírito Santo (E.S.), convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), se seguirmos Suas orientações, sararemos da enfermidade letal, caso contrário, morreremos espiritualmente. Veja o que Tiago diz: “havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado (isso significa que no ato da concepção do pecado, o espírito que agora está maculado começa a definhar. É a partir daí que se inicia o processo de morte: a separação do homem com Deus. Enquanto isso não acontece, o E.S. trabalha em nosso coração - grifo nosso); e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). Em tudo na vida para acontecer algo, primeiro tem que ser gerado. A Bíblia não diz: e o pecado, sendo consumado, acontece a morte, mas, diz: "gera a morte". Gerar é um ato, já o acontecimento é um fato. O verbo gerar é diferente do verbo acontecer. Entre o gerar e o acontecer existe um intervalo para o indivíduo se tratar. É a mesma coisa que acontece com um corpo doente. Se ouvirmos a voz do E. S. e nos arrependermos do pecado cometido, sararemos, caso contrário, a morte é uma fatalidade, pois o E.S. se afasta. Devemos ter muito cuidado para não cairmos em tentação, e se cairmos, não devemos resistir à voz do E.S. de Deus, pois não se sabe o tamanho do intervalo para o tratamento, esse é o grande perigo. Apesar de existir a possibilidade de não acontecer a morte no ato do pecado, é bom ter muito cuidado, pois nesse momento a morte foi gerada. Alguém poderá dizer: Então agora vou pecar e depois pedirei o perdão de Deus! Cuidado, nesse caso o perdão fica mais difícil de ser liberado, pois estaremos tentando a Deus, e com Deus não se brinca. Há alguns tipos de queda que é fatal, o tratamento poderá ser muito tarde.
De modo que a vida e a morte são percebidas na consciência aonde o E.S de Deus opera. É na consciência que são julgados nossos atos. Na concepção do pecado, o indivíduo caminha para o desfecho final: a morte. Havendo rejeição ao E.S., perde-se a comunhão com Deus, mas, havendo os devidos reparos (arrependimento etc.), a comunhão com Deus continua. Entre o ato e o fato existe um intervalo de tempo para as devidas correções. Mesmo o espírito estando morto, ele não é extinto, pois o conceito de "morte" não é o mesmo de "extinção", ele, o espírito, existe em algum lugar: ou no reino das trevas, ou no reino de luzes. Disse Jesus: "ali haverá choro e ranger de dentes". Vigiemos.

Meus irmãos, "não pedimos para nascer, e morremos sem querer; então, aproveitemos o intervalo", ouçamos a voz do Espírito Santo. Que Deus nos guarde. Amém.
Miss. Clésio U. de Araújo

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