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Clésio Araújo |
Será que o crente morre espiritualmente assim que
peca?
A
morte põe medo em todos nós. Mas com medo ou não, tudo que tem início tem fim.
Nem todo fim é ruim. A Bíblia diz: “melhor é o fim das coisas do que o
princípio delas” (Ec 7.8), e, “melhor [...] é o dia da morte do que o dia do
nascimento de alguém” (Ec 7.1).
Desde o princípio dos tempos a morte é caracterizada como misticismo,
magia, mistério, segredo etc. A morte é um fenômeno natural muito discutido
tanto na ciência como na religião e opiniões diversas: Na Ciência – a morte é compreendida quando cessa a consciência,
exatamente quando o cérebro deixa de funcionar; Na religião – é a ausência do
fôlego de vida que Deus concedeu ao homem;·Em opiniões diversas – é o oposto da
vida; é o fim de tudo; morreu acabou-se; "Na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma" (Teoria de Lavoisier).
A morte abrange tanto a matéria como o espírito. Na vida a ausência de
alguma coisa ou a presença de outra poderá ser o processo inicial que leva à
morte. Exemplo: Se faltar água, inicia-se a extinção da vida; a presença de
vírus ou bactérias nos órgãos do corpo, também. Assim é com o espírito: só
teremos saúde espiritual se estivermos ligados na videira, Cristo; caso
contrário, isto é, fora da Videira, só há morte (Ver - Rm 8.6).
Para se entender melhor, vejamos o seguinte
paralelo: O processo que leva o nosso corpo falecer é muito parecido com a
morte do espírito. Nossos órgãos são muito sensíveis, e quando a doença nos
atinge, se não for curada, poderá extinguir a vida do corpo. Sabemos, também,
que quando alguém é atacado por uma enfermidade, à pessoa não morre no ato que
é afetada. Nesse momento se trava uma luta interna do bem contra o mal, ou seja,
as defesas do corpo guerreiam contra a presença dos vírus e bactérias. Há casos
que é preciso a presença do médico.
O mesmo acontece com o nosso espírito, pois o pecado é a única doença que afasta o homem da presença de Deus, e, além disso,
gera uma série de complicações além da morte. A tentação é a ferramenta que o
diabo utiliza para o mal se instalar, e se cairmos em tentação, a morte será
gerada. É a partir da queda que o caso se agrava. Se havia uma luta durante a
tentação, agora ficou mais intensa, pois, antes, o mal estava apenas em volta,
agora, está por dentro corroendo o espírito até paralisá-lo completamente, isto
é, deixando-o completamente sem interesse pelas coisas de Deus, além das
doenças físicas, problemas na família..., que poderão surgir.
Ao cair em tentação, não significa que houve a
morte instantânea do espírito, porque ali há a presença de um Médico por
excelência, o Espírito Santo (E.S.), convencendo o homem do pecado, da justiça
e do juízo (Jo 16.8-11), se seguirmos Suas orientações, sararemos da
enfermidade letal, caso contrário, morreremos espiritualmente. Veja o que Tiago
diz: “havendo a concupiscência concebido, dá à luz o
pecado (isso significa que no ato da concepção do pecado,
o espírito que agora está maculado começa a definhar. É a partir daí que se
inicia o processo de morte: a separação do homem com Deus. Enquanto isso não
acontece, o E.S. trabalha em nosso coração - grifo nosso); e o
pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). Em tudo na vida para
acontecer algo, primeiro tem que ser gerado. A
Bíblia não diz: e o pecado, sendo consumado, acontece a morte, mas, diz: "gera a morte". Gerar é um ato, já o acontecimento é um
fato. O verbo gerar é diferente do verbo acontecer. Entre o gerar e o acontecer
existe um intervalo para o indivíduo se tratar. É a mesma coisa que acontece
com um corpo doente. Se ouvirmos a voz do E. S. e nos arrependermos do pecado
cometido, sararemos, caso contrário, a morte é uma fatalidade, pois o E.S. se
afasta. Devemos ter muito cuidado para não cairmos em tentação, e se cairmos,
não devemos resistir à voz do E.S. de Deus, pois não se sabe o tamanho do
intervalo para o tratamento, esse é o grande perigo. Apesar de existir a possibilidade de não acontecer a
morte no ato do pecado, é bom ter muito cuidado, pois nesse momento a morte foi
gerada. Alguém poderá dizer: Então agora vou pecar e depois pedirei o perdão de
Deus! Cuidado, nesse caso o perdão fica mais difícil de ser liberado, pois
estaremos tentando a Deus, e com Deus não se brinca. Há alguns tipos de queda
que é fatal, o tratamento poderá ser muito tarde.
De modo que a vida e a morte são percebidas na consciência aonde o E.S
de Deus opera. É na consciência que são julgados nossos atos. Na concepção do pecado, o indivíduo caminha para o
desfecho final: a morte. Havendo rejeição ao E.S., perde-se a comunhão com
Deus, mas, havendo os devidos reparos (arrependimento etc.), a comunhão com
Deus continua. Entre o ato e o fato existe um intervalo de tempo para as
devidas correções. Mesmo o espírito estando morto, ele não é extinto, pois o
conceito de "morte" não é o mesmo de "extinção", ele, o
espírito, existe em algum lugar: ou no reino das trevas, ou no reino de luzes.
Disse Jesus: "ali haverá choro e ranger de dentes". Vigiemos.
Meus irmãos, "não
pedimos para nascer, e morremos sem querer; então, aproveitemos o intervalo",
ouçamos a voz do Espírito Santo. Que Deus nos guarde. Amém.
Miss. Clésio U. de Araújo
Boa mensagem. Deus continue te usando para despertar aqueles que estão "dormindo".
ResponderExcluirOre por todos nós.
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