
Jesus disse que, no antepassado, os pais falavam bem dos
falsos profetas. Observem que os falsos profetas eram muito elogiados.
Infelizmente há, nos dias atuais, também os que vendem o evangelho e por isso
se tornam populares, porém é melhor sermos fiéis a Deus e odiados pelo mundo do
que sermos populares a custo de nossas almas.
“Ai
de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus
pais aos falsos profetas”. (Lc 6.27)
Esse trecho bíblico denuncia bem o
que existia em forma de domínio e poder por parte dos saduceus e fariseus que,
no tempo do Novo Testamento da época de Jesus, formavam o sinédrio, a cúpula de
alto escalão em Jerusalém. Os saduceus ocupavam cargos importantes e eram
ricos. A esses cabiam os cargos de primeiro sacerdote e o de sumo sacerdote e
ainda assumiam a maioria dos lugares dos 71 membros do sinédrio; estavam mais
preocupados com o poder político de que com o religioso.
Eles eram os aristocratas da época e
não estavam interessados com a justiça que favorecesse os pobres, então todo
seu tempo era empregado para agradar o poder político romano. Manter a ordem,
naqueles dias, em Jerusalém, era seu trabalho principal. Portanto não se
relacionavam bem com o homem comum. Eles eram muito prepotentes e achavam que
Deus não estava interessado no seu envolvimento com o cotidiano.
Em contrapartida, os fariseus apesar
de fazerem parte da elite política e religiosa da época, eram mais populares.
Eles pertenciam a classe média alta da sociedade e por serem empresários tinham
mais contato com o povo. No entanto Jesus sabia que, apesar da diferença entre
a maneira que eles procediam em suas crenças, iriam se juntar aos saduceus para
perseguirem a Ele e aos seus discípulos, pois ambos os grupos lutavam para
agradar o governo romano.
Jesus assegura que segui-lo
provocaria aos saduceus e fariseus uma afronta. Eles, por sua vez, agiriam com
enorme retaliação para aplacar o desejo dos que intentassem pensar ou agir
diferentemente de toda ordem que já estava posta. Portanto instigar o povo para
uma causa social que levantasse o desejo da verdadeira justiça de Deus, poderia
levar alguém aos tribunais, à prisão e até a morte.
Logicamente, nenhum poder que
desejasse um clima de paz com o sinédrio, poderia agir da maneira que Jesus
atuava e orientava seus seguidores procederem. Nenhum movimento sociopolítico
da época de Jesus, seguiria suas orientações sem contrariar o desejo de Roma.
Porém quem desejasse ser justo teria que dizer que as coisas da maneira que
estavam não iam bem e que, no plano de justiça de Deus, estavam reprovadas.
Então foi exatamente o que fez Jesus.
Denunciou toda injustiça dos poderosos e confrontou seus pecados para promover
a verdadeira vontade do Pai. Ele também aproveitou a oportunidade para
anunciar-lhes alguns ais por desprezarem a justiça de Deus. Ais de seus
autoconfortos, de suas farturas e ais de suas alegrias injustas.
Portanto nunca nos esqueçamos da
retidão, amor e misericórdia dedicados por Jesus, o Santo de Deus, que mostrou
ao mundo seu interesse por nós. Ele contrariou todos os interesses da época
para promover a reta justiça de Deus entre os homens, mesmo sabendo que isso o
levaria à morte. Ele não se calou diante das afrontas e injustiças desse mundo.
Ele provou ser nosso melhor amigo e agora sabemos que, se, porventura, algumas
coisas, na vida presente, vierem nos faltar, Ele nos convida a confiar em sua
justiça.
Por isso Ele nos pede para que
aprendamos a ser pacientes e perseveremos em oração, porque Ele deseja
revelar-nos a verdadeira vida com Deus. Ele nos chama para uma convivência
consistente em que saberemos que só Ele pode suprir todas as nossas
necessidades quer sejam emocionais, sentimentais, físicas ou espirituais.
Pb.
Francisco Gomes
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