Miss. Clésio |
Toda
a cidade estava alvoroçada, a pressão do povo era grande, principalmente dos
sacerdotes, para eliminar a vida de Jesus que só fez o bem. Nada provava
as acusações dos algozes, por isso, “desde então Pilatos procurava soltá-lo;
mas os judeus clamavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo de César;
qualquer que se faz rei é contra César” (Jo 19.12). O gesto de Pilatos em lavar
as mãos não o isenta da cumplicidade na tortura e na morte de Jesus. Ele fez
isso para tentar eximir-se de um crime feroz, cruel e desumano, simplesmente
com o objetivo de se tornar famoso. Até hoje, a maioria dos políticos (para não
dizer todos) têm imitado ao longo da história, algum ato de selvageria e
"doméstico". Não foi à toa em que certa ocasião Jesus chamou Pilatos
de raposa, animal traiçoeiro, astucioso e oportunista, às vezes age como lobo,
bicho feroz, selvagem, devorador e difícil de domesticá-lo; e, às vezes, age como cachorro, demonstrando ser amigo do homem.
A infidelidade tira a tranquilidade e a paz de qualquer pessoa.
Pilatos traiu sua própria consciência, cometendo um crime bárbaro sobre um
inocente. Alguns historiadores comentam que Pilatos suicidou-se. Infelizmente
todos os que se levantaram contra Jesus, principalmente lideranças do povo,
tiveram um final triste: ou foram assassinados, ou suicidaram-se ou foram
comidos por tapurus ainda em vida.
Após lavar as mãos, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado.
Como esse tipo de morte era uma prática romana, era preciso justifica-la, então
Pilatos lavrou a sentença de Jesus com base nas falsas acusações dos judeus. A
seguir veja a cópia fiel do processo que Pilatos exarou e que se encontra no
Museu da Espanha:
"No Ano Dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o
mundo, Monarca invencível na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e
quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro
vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio do Romano Império, no ano setenta
e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete,
sendo governador da Judéia QUINTO SERGIO, sob o regimento e governador da
cidade de JERUSALÉM, PRESIDENTE GRATÍSSIMO, PONCIO PILATOS, regente na Baixa
Galiléia, HERODES ANTIPAS: pontífice do Sumo Sacerdote, CAIFAS: magnos do
templo, ALIS AI MAEL ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos a
cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME, e SIXTO RUSTO, no mês de Março e
dia XXV do ano presente, – EU, PONCIO PILATOS, aqui Presidente do Império
Romano, dentro do Palácio e aqui-residência, julgo condeno e sentencio à morte,
JESUS, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem
sedicioso, contra Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CESAR.
Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo
pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens,
ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia,
dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e
do sacro Templo, negando o tributo á CESAR, tendo ainda o atrevimento de entrar
com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de
Jerusalém.
Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e
coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de
exemplo a todos os malfeitores, e que juntamente com ele, sejam conduzidos dois
ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se
conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde crucificado e
morto ficará seu corpo na cruz, com espetáculo para todos os malfeitores, e que
sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX
JUDEORUM.
Mando também que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se
atreva, temerariamente a impedir a justiça por mim mandada, administrada e
executada com todo rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de
rebelião contra o Imperador Romano.
Testemunhas da nossa sentença:
Pelas doze tribos de Israel: RABAIM
DANIEL, RABAIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARE PETUCULANI.
Pelos Fariseus: BULLIENIEL, SIMÃO, RANOL,
BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI.
Pelos Hebreus: MATUMBERTO.
Pelo Império Romano pelo Presidente de Roma: LUCIO SEXTLO e AMACIO
CHILICIO".
Percebemos na sentença acima que Jesus foi comparado aos piores
malfeitores. Ele foi julgado por duas categorias que ainda hoje se acham o dono da
verdade: religiosos e políticos. Jamais encontraremos alguém capaz de julgar o
Mestre dos mestres. É muito fácil enxergar defeito nos outros, difícil é olhar para dentro de si. Que Deus tenha misericórdia de nós.
Miss. Clésio Araújo
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