“E aconteceu que, estando eles (José e Maria) ali, se cumpriram os dias em que ela havia de
dar à luz. E deu à luz a seu Filho primogênito, e envolveu-O em panos, e
deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lc
2.6,7).
Com o surgimento do
pré-natal no início do século XX, muitas mulheres até agora já foram
beneficiadas durante a gestação, visando um bebê saudável. Mesmo assim, ainda
hoje acontecem casos de óbitos quer seja da gestante, do bebê ou de ambos.
Quando não acontece tal coisa, o bebê às vezes nasce com sequelas irreparáveis.
Imagine nos tempos que não havia nada disso, quando Maria, mãe de Jesus, deu a luz num ambiente muito precário!
Após longa viagem, de Nazaré a Belém, montada num burrinho, ela chegou já
sofrendo as dores do parto. José batia de porta em porta pelas ruas da cidade,
em busca de abrigo para sua esposa, mas ninguém teve complacência dela. O único
jeito foi um lugar inóspito.
Jesus,
sendo o Rei dos reis, não nasceu nesta vida como rei, nem viveu como um rei
aqui na terra. O lugar onde Ele nasceu não foi num ambiente confortável e muito
menos esterilizado; mas, sim, na estrebaria onde o gado dormia. Era um ambiente
contaminado de bactérias, fedido, cheio de fezes e urina de animais. As
ovelhas, cabras, bois e vacas foram a sua primeira companhia. A manjedoura
(gamela ou tigela grande e alongada, feita de madeira ou de barro onde os
animais comiam), foi o berço onde Maria pôs o recém-nascido. Certamente José
foi o seu assistente. Será que pelo menos ele forrou a gamela com capim e cobriu-o
com um paninho? É possível. Uma coisa é certa: esse foi o maior evento e o mais
importante de toda a História da humanidade que ocorreu em circunstâncias as
mais humildes.
O texto bíblico acima mostra o cumprimento da
profecia de Isaías (700 a.C.): “Era desprezado e o mais rejeitado entre
os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e como um de quem os
homens escondem o rosto, era desprezado e dEle não fizemos caso” (Is
53.3). O evangelista Lucas testifica que não havia lugar para eles na
hospedagem. Observe que Jesus foi rejeitado pela sociedade desde o vente de
Maria. Há muitas passagens na Bíblia, que mostra Jesus sendo enjeitado pelos
homens. Logo após o Seu nascimento, seus pais fugiram para o Egito com o
Menino, porque Herodes O procurava para mata-Lo (Mt 2.13-18); seus próprios
irmãos também não criam nEle (Jo 7.5); em Gadara foi expulso, após libertar um
endemoninhado (Mc 5.17); em Nazaré, onde morava, muitos se escandalizavam nEle,
porém, Ele dizia-lhes: “não há profeta sem honra senão na sua própria
terra e na sua casa. E não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade
deles” (Mt 13.57,58); e em outra parte Ele disse: “Este povo
honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.
No princípio da era
cristã, a rejeição a Cristo não foi cem por cento. Dentre sua parentela (os
judeus) surgiram seus discípulos, os quais foram chamados de cristãos. Esses
também foram rejeitados e perseguidos, por serem seguidores do Mestre, mas,
quanto mais os perseguiam, mais o grupo aumentava. Ser cristão era sinônimo de
morte, milhares de pessoas foram assassinadas por serem cristãs. A partir do ano 312 d.C., o imperador Constantino foi favorável ao
cristianismo, e o ódio começou a diminuir ao ponto da termologia “cristã” se
tornar trivial. Não somente o termo “cristão”, mas, também hoje os termos: “protestante”,
“evangélico”, “gospel”, “adorador” etc., tornaram-se banalizados. Eu comparo tudo isso com uma máscara,
onde alguns se escondem por detrás, para de alguma forma se aproveitarem.
Segundo Frank Viola, “a igreja pelo século IV, tornou-se completamente
institucionalizada e o funcionamento do povo de Deus congelou” (Cristianismo
Pagão – Pág. 36-38). Por esse motivo, a Igreja hoje está passando as maiores
crises, as pessoas só querem saber de vitória, como diz o escritor Francisco A.
Gomes: “muitas pessoas estão se reunindo cada vez mais dentro dos
templos, poucas para agradecer e muitas para pedirem vitória” (Veja nesse blog: "Pai,
eles não estão entendendo nada"). Lembre-se que a maior
vitória é a vida eterna, e isso Ele nos garante: “Aos que creem em Mim, têm a vida
eterna”. Você quer mais o quê? Muitos vão às Igrejas somente em busca
das coisas materiais, e outros até dão ordem a Deus para Ele liberar bênção,
lamentavelmente estão cheios de desejos carnais. Só querem receber, mas
não querem obedecer o "Ide" imperativo do MESTRE. Há os que só pensam em posição eclesiástica. Ouvi certo
radialista dizer: “A Igreja está cheia de
crentes com cursos de Teologia e outros se formando,... PRA QUÊ?... PRA
NADA!... Somente pra encher os púlpitos, e outros ficam invejando posição
eclesiástica; enquanto isso, as almas estão morrendo aí fora”. Basta um simples exame de
consciência, e então descobriremos se realmente somos discípulos de Cristo. Ser
discípulo não é apenas crer em Cristo, ou marcar presença na congregação,
também não é fazer parte de um coral, ou,..., ou..., o verdadeiro discípulo é
um partidário declarado da doutrina, da opinião ou ideia de alguém.
Infelizmente muitos estão longe de serem discípulos de Cristo, não divulgam a doutrina
do Mestre. A maioria passa anos e anos na Igreja: um, dois, três..., e não gera
nenhum fruto. Desde Belém Cristo é rejeitado, e ainda continua a bater na porta do seu coração, não estais
ouvindo? Como Jesus é BOM! Ainda continua do lado de fora batendo na sua porta – “Eis
que estou à porta e bato...” (Ap 3.20). Não é para Ele descansar, Ele não precisa, mas nós, sim, precisamos – “Vinde a Mim todos que estais cansados, e Eu vos aliviarei,...”
(Mt 11.27). "Hoje se ouvires a Sua voz não endureçais os vossos
corações..." (Hb 3.8).
Antes de concluir esta mensagem, quero-vos contar o que ouvi de uma senhora, ao chegar a sua casa para agendar um estudo de cinco lições bíblicas, a seguinte declaração: "meu senhor, somente eu na minha
casa sou crente em Jesus, e por isso meu marido tem raiva de mim. Ele não
aceita as minhas orações em seu favor. Ele é eletricista da COSERN. Certo dia
quando foi trabalhar, sofreu um choque de alta tensão, ficou pendurado no
poste. Hoje ele está no Hospital Walfredo Gurgel, sem um braço e o outro, está
paralítico. Fui cuidar dele. A partir de então, pediu para eu falar de Jesus e
orar por ele, porém, quando o médico disse que não morreria mais daquele
choque, ele não quis mais que eu falasse de Jesus e nem aceitava as orações.
Expulsou-me daquele quarto, e chamou a amante para cuidar dele. Sou casada com
ele há trinta e cinco anos, e hoje faz quinze dias que não vou visitá-lo e nem
tenho vontade". Minha
gente, dessas qualidades o mundo está cheio, tanto dentro como fora da Igreja, só querem receber as benesses de Deus, mas não querem ter nenhum compromisso como a Sua Palavra.
Portanto, hoje está pior que no princípio. Eu
rejeito a Cristo, quando não guardo a Sua Palavra, quando não sou um
multiplicador da Sua mensagem, quando não amo ao próximo, quando não faço o que
Ele mandou, quando não ando segundo a Sua vontade. O percentual de cristãos no
mundo é aproximadamente trinta e dois por cento da população mundial, creio que
menos de um por cento são autênticos discípulos de Cristo. Cuidado, quem não
sai ao encontro dos perdidos, está precisando ser achado. Vigiemos.
Miss.
Clésio U. de Araújo
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